Publicado em 06 de abril de 2022.

Todo mundo tem aquela amiga que está sempre de dieta, usando várias fórmulas para tentar eliminar alguns quilos. As “dietas da moda” geralmente trazem uma fórmula pronta e milagrosa, que é a mesma para qualquer pessoa. Não é difícil perceber um problema nesse método, já que cada organismo tem suas particularidades. No entanto, muitas pessoas ainda se submetem a dietas ditas milagrosas na esperança de emagrecer – e que na maioria das vezes são dietas pouco saudáveis, além de não cumprirem o que prometem.

Mas você conhece alguém que faz dieta com outro objetivo? Será que as dietas sempre tem o objetivo de emagrecer?

Na verdade, não. Na última publicação, por exemplo, falamos um pouco da dieta cetogênica e como ela pode ser utilizada para auxiliar no tratamento de diferentes doenças neuropsiquiátricas (se quiser saber mais, clique aqui). Além dela, existe uma gama de dietas com outros objetivos, como ajudar no manejo de doenças, favorecer o ganho de massa muscular, melhorar o desempenho físico ou, simplesmente, se manter saudável.

Várias dietas padronizadas têm resultados ótimos nos contextos para os quais foram propostas – tal como a dieta DASH, cujo nome vem da sigla em inglês para “abordagem dietética para parar a hipertensão”. Essa dieta é capaz de promover a redução da pressão arterial, tanto em indivíduos hipertensos quanto em indivíduos saudáveis. Já as dietas restritas de carboidratos, também chamadas de low carb, são capazes de controlar a glicemia e auxiliar no manejo da diabetes tipo 2. ^1,2

Mas e quando por algum motivo um indivíduo não se adapta bem ou não alcança os objetivos com esperados quando adere a uma dessas dietas?

Nesta hora, fica ainda mais evidente como buscar ajuda de um profissional qualificado pode fazer toda a diferença! Nutricionistas são os profissionais mais bem preparados para definir uma dieta ideal, que respeita todas as particularidades do indivíduo e que seja adequada aos objetivos de cada um. Já os nutrólogos são os profissionais mais indicados quando o indivíduo tem alguma doença relacionada a aspectos nutricionais, como obesidade, transtornos alimentares e diabetes, entre outros. Nesse contexto, uma abordagem que vem ganhando destaque é a chamada dieta individualizada.

A dieta individualizada

Cada organismo pode responder de maneira diferente aos mesmos alimentos. Por exemplo, uma dieta saudável pode recomendar uma fatia de pão integral com pasta de amendoim. Mas se você for intolerante ao glúten ou tiver alergia a amendoim, esta não será uma boa recomendação para você. Mas se você não tiver nenhuma alergia ou intolerância alimentar, será que seu corpo vai processar os nutrientes da mesma forma do que qualquer outro individuo na mesma condição?

Uma pesquisa recente demonstrou como os indivíduos podem responder de maneira diferente aos mesmos alimentos. Eles estudaram a resposta de aumento da glicemia (que é a quantidade de glicose na corrente sanguínea) após uma refeição padronizada. A surpresa foi que mesmo indivíduos saudáveis, com características físicas parecidas, podem diferir bastante nessa resposta. Os pesquisadores concluíram que em se tratando de dietas, a melhor seria uma dieta individualizada.  Segundo eles, além das características comumente avaliadas (como peso, altura, sexo e idade), a dieta individualizada ideal também leva em consideração a composição genética e a microbiota – que é o conjunto de bactérias que colonizam o sistema digestório de uma pessoa. Se quiser saber mais sobre a microbiota, clique aqui. ³

No momento, análises genéticas e da microbiota não são comuns na prática clínica da nutrição, visto que por seu custo elevado, ainda são inacessíveis para grande parte dos brasileiros. Entretanto, em um futuro não tão distante, é possível que essas análises possam ser incorporadas à rotina e otimizar os resultados obtidos através da abordagem nutricional!

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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