Emoções à flor da pele: como o estresse afeta nossa pele?
Publicado em 10 de setembro de 2024.
Você já ouviu alguém falar que está com as “emoções à flor da pele” ou “vermelho de vergonha”? Essas expressões popularmente utilizadas em nosso dia a dia não são apenas metáforas, elas refletem a relação entre as emoções e a saúde da pele. Como o maior órgão do corpo, a pele frequentemente reflete nosso estado emocional, especialmente em situações de estresse.
O estresse afeta a saúde da pele de diversas maneiras, acelera o envelhecimento, interfere no processo de cicatrização e agrava distúrbios dermatológicos. Adaptado de Adobestock.com, 2024.
Estresse e seus efeitos na saúde da pele
O estresse é uma reação emocional e fisiológica a estímulos externos que coloca o corpo em estado de alerta, sendo regulado pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) e pelo sistema nervoso autônomo (SNA). Embora essas respostas sejam essenciais para a adaptação do organismo, a exposição prolongada a situações estressantes pode desencadear uma resposta inadequada e prejudicial, afetando diversos sistemas orgânicos, incluindo a pele. O estresse em excesso interfere negativamente na função das células epidérmicas, além de contribuir para a inflamação e o estresse oxidativo. Esses fatores estão associados ao comprometimento do epitélio cutâneo, aceleram o processo de envelhecimento da pele e favorecem o surgimento de distúrbios dermatológicos.1-5
O estresse ativa o eixo HPA, resultando na liberação de hormônios, como o hormônio liberador de corticotropina (CRH) e o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que estimulam a produção de glicocorticoides, como o cortisol. O excesso desses glicocorticoides prejudica a função dos queratinócitos – células da epiderme responsáveis pela produção de queratina, uma proteína que confere firmeza, elasticidade e resistência para a pele – e dos fibroblastos – células essenciais para produção de colágeno, cicatrização e manutenção do tecido conjuntivo – levando à redução da produção de colágeno, atrofia dos tecidos e dificuldades no processo de cicatrização. Além disso, os glicocorticoides comprometem a função de barreira cutânea, aumentando a perda de água. Em conjunto esses fatores aceleram o processo de envelhecimento cutâneo e tornam a pele mais suscetível a infecções, irritações e inflamações. 1-5
Ainda, o estresse desencadeia uma resposta inflamatória inadequada, elevando os níveis de citocinas inflamatórias, como interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral- (TNF-α) e interleucina-1 beta (IL-1beta). Essa resposta desregulada pode se manifestar na pele como vermelhidão, inchaço e hipersensibilidade, além de agravar condições como acne e psoríase. Além disso, o estresse aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), o estresse oxidativo degrada as fibras de colágeno e elastina, componentes essenciais para a manutenção da firmeza e elasticidade da pele. Consequentemente, há uma aceleração no desenvolvimento de rugas e linhas de expressão. 1-5
Assim, o estresse psicológico impacta diretamente a saúde da pele e atua como um fator desencadeante em uma variedade de distúrbios dermatológicos, como acne, psoríase e dermatite atópica. Embora essas condições não sejam diretamente causadas pelo estresse, ele pode precipitar ou agravar os sintomas existentes. 1-5
Dermatite Atópica
A dermatite atópica, também conhecida como eczema, é uma doença inflamatória crônica da pele caracterizada por comprometimento da função de barreira epidérmica, infiltração inflamatória, prurido intenso e um curso clínico definido por crises sintomáticas e remissões. O estresse está frequentemente associado a essa condição, intensificando a coceira e as lesões. Estudos indicam que mais de 70% dos pacientes com dermatite atópica sofrem crises sintomáticas em situações estressantes.6-8
Acne
A acne vulgar é uma doença inflamatória crônica da unidade pilossebácea, caracterizada por comedões, pápulas, pústulas, nódulos e cicatrizes. Afetando mais de 85% dos adolescentes e pode persistir na vida adulta, especialmente em mulheres. Existem vários fatores essenciais na patogênese desta doença, como maior produção de sebo, alterações da microbiota cutânea, queratinização anormal da pele e inflamação. O estresse pode exacerbar a acne ao aumentar a produção de sebo, resultando no entupimento dos poros e no aparecimento de lesões acneicas. Além disso, o estresse suprime o sistema imunológico e ativa processos inflamatórios, retardando o processo de cicatrização e dificultando o reparo das lesões.9-12
Psoríase
A psoríase é uma doença inflamatória crônica, não contagiosa, caracterizada por manchas róseas ou avermelhadas, inchaço, descamação e coceira na pele. Estes sintomas podem acometer desde pequenas áreas até grande parte da superfície corporal. A sua etiologia não é completamente conhecida, embora seja evidente o envolvimento de um componente inflamatório e a influência do estresse, sendo considerado dos principais gatilhos para desencadear ou agravar os sintomas.13-15
Cuidando da mente para cuidar da pele
Como vimos o estresse excessivo afeta negativamente a saúde da pele, portanto, o gerenciamento do estresse não apenas melhora o bem-estar mental, mas também pode refletir positivamente na saúde cutânea. A prática regular de exercícios físicos, uma alimentação saudável, um boa noite de descanso e técnicas de gerenciamento do estresse como meditação, mindfulness, ioga ou respiração profunda, são medidas que contribuem para o bem-estar físico e mental. Ainda, determinados suplementos podem contribuir significativamente na manutenção do equilibro emocional. Dentre as opções, o GABA e o 5-Hidroxitriptofano, por exemplo, podem ajudar a regular os níveis cerebrais de neurotransmissores relacionados ao estresse e à ansiedade, auxiliando na redução de sintomas associados a essas condições.
Da mesma forma, a qualidade e a aparência da pele também influenciam diretamente a autoestima e a autoaceitação. Por isso, é importante adotar uma abordagem integrativa que considere tanto os aspectos psicológicos quanto os físicos. Uma rotina de cuidados que inclua limpeza diária, hidratação e proteção solar, é fundamental para uma pele saudável e com aparência uniforme. Além disso, é importante lembrar que o cuidado com a pele deve começar de dentro para fora, portanto, a suplementação com ativos – como o Galacto-oligossacarídeos (GOS), Palmitato de ascorbila, N acetil D glucosamina e NaturalMax™ – que promovem a saúde cutânea pode complementar esses cuidados. Por fim, buscar o apoio de profissionais de saúde qualificados é crucial para o diagnóstico e tratamento adequados, garantindo uma abordagem personalizada e segura para a manutenção do equilíbrio emocional e da saúde da pele.
As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.
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