Publicado em 27 de setembro de 2023

A alimentação inadequada é um dos fatores que coloca em risco a nossa saúde de diversas formas. Por exemplo, o consumo exagerado de alimentos com alto teor de sódio (como aqueles muito salgados) pode levar ao aumento da pressão arterial e, consequentemente, das doenças cardiovasculares – e essa associação já é bastante conhecida, não é mesmo?

Mas será que ingerir excessivamente doces e outros carboidratos simples (comumente associados ao maior risco de desenvolver diabetes) também tem relação com as doenças que afetam o coração e os vasos sanguíneos? Acompanhe nosso texto para entender um pouco mais sobre isso.

A glicemia e o coração

Antes de mais nada, se quiser relembrar como o açúcar dos alimentos chega a nossa corrente sanguínea e é distribuído aos diversos tecidos do corpo humano, clique aqui.                                                    

A verdade é que a glicemia elevada (hiperglicemia) não deve ser uma preocupação apenas para pessoas com diabetes, ela também desempenha um papel significativo nas doenças cardiovasculares. Quando os níveis de glicose no sangue estão persistentemente altos, há um aumento do estresse oxidativo e da inflamação no endotélio (camada que reveste o interior dos vasos sanguíneos), o que contribui para um maior risco de aterosclerose.

A aterosclerose é um fator de risco bem importante para uma série de problemas cardiovasculares, sendo caracterizada pela obstrução das artérias por placas de gordura. Além de desencadear um processo inflamatório que atinge todo o organismo, à medida que essas placas se acumulam nas artérias, o fluxo sanguíneo pode ser obstruído, aumentando a probabilidade de eventos cardiovasculares graves – como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Como controlar a glicemia e melhorar a saúde cardiovascular?

A boa notícia é que o controle eficaz da glicemia pode ajudar a prevenir ou retardar a progressão da aterosclerose e das doenças cardiovasculares. Para isso, além de monitorar periodicamente os níveis de glicose no sangue, é essencial que tanto indivíduos saudáveis quanto aqueles com diabetes adotem  um estilo de vida saudável. Isso inclui manter o peso dentro da faixa saudável, praticar exercícios regularmente e seguir uma dieta equilibrada, rica em fibras e com poucos alimentos processados e açúcares refinados. Além disso, reduzir o estresse e garantir uma boa noite de sono também pode ajudar a manter a glicemia sob controle.

A suplementação também pode contribuir

Diversas substâncias têm efeitos significativos sobre a melhora do perfil glicêmico e podem trazer benefícios também para a saúde cardiovascular. A berberina, por exemplo, é um nutracêutico que tem recebido bastante destaque como uma opção de hipoglicemiante natural. Através da modulação de GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon, produzido no intestino) e do aumento da expressão de transportadores de glicose, ela auxilia na redução da glicemia e melhora a sensibilidade das células à insulina. Além disso, a berberina também reduz a síntese de ácidos graxos, reduzindo o acúmulo de gordura no organismo e, consequentemente, o risco cardiovascular associado a condições como a aterosclerose.

Outro exemplo é o magnésio, que também pode melhorar a sensibilidade à insulina, auxiliando no controle glicêmico e da pressão arterial, contribuindo para a melhora da saúde cardiometabólica.

Já o ácido alfa lipoico é um antioxidante natural que apresenta benefícios na redução da glicemia e do risco cardiovascular. Isso acontece devido ao seu efeito hipoglicemiante, com melhora da sensibilidade à insulina, além da redução dos níveis de ácidos graxos e dos processos inflamatórios.

Alguns extratos vegetais também podem auxiliar nesse cenário. A banaba contém ácido corosólico, que tem sido associado à redução dos níveis de glicose no sangue, ajudando a regular a glicemia. Além disso, pode contribuir para a saúde cardiovascular ao reduzir a pressão arterial e a lipemia (níveis de gordura no sangue). Já o extrato de cúrcuma, rico em curcumina, tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem ajudar a reduzir a inflamação, melhorar a função endotelial e proteger o coração. Além disso, pode contribuir também para o controle glicêmico.

Outro extrato que pode trazer benefícios nesse contexto é o Slendesta® que auxilia não só na redução do peso corporal (o que por si só já é um fator cardioprotetor), como também na melhora do perfil glicêmico.

Além destes, existe uma gama de opções que também estão sendo estudadas para controle do perfil glicêmico e de outros parâmetros relacionados à redução do risco cardiovascular. Para não prolongarmos tanto esta publicação, fica para um outro momento.

Em relação ao controle glicêmico e à saúde cardiovascular, vale aquela máxima: prevenir é melhor do que remediar. E a melhor prevenção é a manutenção de um estilo de vida saudável, com especial importância para a alimentação adequada. Nesse sentido, acreditamos que conhecimento é poder, e entender um pouco mais sobre o índice glicêmico de um alimento pode ajudar a fazermos escolhas mais conscientes. Por isso, separamos esse post para quem quiser aprofundar a leitura sobre esse tema. E se quiser entender como a hiperglicemia pode desencadear a resistência insulínica e seus efeitos, clique aqui. 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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