Publicado em 02 de dezembro de 2022

Entramos no último mês do ano, e dezembro sempre chega com aquele gostinho de verão, sol, praia e calor. Não importa se você é da turma que gosta de ficar horas no sol em busca do bronzeado perfeito, ou da turma que prefere ficar na sombra apreciando uma água de coco geladinha, o importante é ter uma atenção ainda mais especial ao uso do protetor solar no verão (que já está batendo na porta).

Este, inclusive, foi o mês escolhido para a campanha de conscientização e combate ao câncer de pele chamada de Dezembro Laranja. O câncer de pele do tipo não melanoma é o mais comum entre homens e mulheres no Brasil e no mundo. E o mais alarmante vem agora: até 90% desses casos podem ser atribuídos à exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV). A cada ano que passa fica mais clara a importância do uso do uso adequado do protetor solar – e não apenas no verão, mas durante o ano todo. Se quiser aprofundar a leitura sobre o câncer de pele, clique aqui.

Quanto mais sensível à exposição solar for o seu fototipo de pele, mais atenção você deve ter quanto ao uso de fotoprotetores. O ideal para as peles mais sensíveis é sempre optar por fatores de proteção solar (FPS) mais altos, e reaplicá-lo com uma frequência maior. Se quiser entender melhor como funciona o FPS e como surgiram os primeiros filtros solares, clique aqui.
 

Fotoproteção oral

O assunto não é tão inédito, mas muitos ainda não sabem que a proteção da pele pode ser feita também de dentro para fora. Isso mesmo, além de aplicar o protetor solar na pele, também é possível suplementar ativos fotoprotetores pela via oral. Esta é uma estratégia bastante interessante e que tem ganhado mais destaque nos últimos anos com a popularização da área nutricosmética.

É muito importante ressaltar que o uso de fotoprotetores orais não elimina a necessidade do uso de protetor solar tópico – aquele tradicional, aplicado diretamente sobre a pele. Isso porque os fotoprotetores orais agem por alguns mecanismos intracelulares compensatórios, por exemplo, contribuindo no combate dos radicais livres gerados pela exposição à radiação ultravioleta. Apenas o uso dos protetores solares tópicos impede que os raios solares penetrem nas camadas da pele – e são, sem dúvidas, a melhor estratégia de fotoproteção.

Mas por que suplementar fotoprotetores pela via oral?

Bem, apesar da alta proteção conferida pelo filtro solar tradicional, sabemos que este não suprime completamente os danos da radiação solar sobre a nossa pele. Esses danos podem levar ao desenvolvimento do câncer de pele e ao envelhecimento cutâneo, mesmo que em proporção muito menor do que naqueles expostos sem um protetor solar. A fotoproteção oral atua, então, como uma estratégia de reforço, combatendo esses danos por outros mecanismos. E proteção reforçada é tudo o que queremos, não é mesmo?

Quais as opções de fotoprotetores orais disponíveis?

O extrato vegetal que acumula mais evidências científicas nos estudos em humanos é o de Polypodium leucotomos, que reduz o eritema (vermelhidão na pele), o estresse oxidativo, os danos ao DNA, parâmetros inflamatórios, a imunossupressão induzida por UV e a fotocarcinogênese (formação de tumores induzidos pela radiação solar). Outros extratos vegetais que também já foram reportados com efeitos positivos de fotoproteção a partir de modelos pré-clínicos são o de chá verde, de cacau, de alecrim. ¹

O licopeno é outra opção natural. Estudos demonstram que a suplementação com licopeno é capaz de reduzir o eritema, o estresse oxidativo, os danos ao DNA e a inflamação. Além disso, estudos em modelos animais demonstram que o licopeno inibe a formação dos tumores de pele. ¹

A vitamina D também reduz a inflamação e os danos ao DNA. Ainda, estudos in vitro demonstraram que a vitamina D favorece mecanismos de combate a formação de tumores. Além da vitamina D, a associação de vitamina E com carotenoides (como o betacaroteno) reduz o eritema e a lipoperoxidação – que é um dos mecanismos responsáveis pela formação de radicais livres. Outra vitamina que pode ser usada nesse contexto é a nicotinamida (vitamina B3), capaz de reduzir a imunossupressão e os danos ao DNA induzidos pela radiação UV. ^1,2

Probióticos também podem ter um efeito fotoprotetor interessante. A principal ação deles parece ter relação com a modulação de parâmetros inflamatórios. A suplementação com Lactobacillus johnsonii é uma das mais estudadas, com efeitos comprovados na redução da imunossupressão causada pela radiação solar. Quando associada ao licopeno e ao betacaroteno, inibe a degradação das proteínas de matriz na pele (como o colágeno) e evita o dano ao DNA induzido pela radiação UV. Pesquisas em modelos pré-clínicos também relataram um efeito fotoprotetor do Bifidobacterium breve.  ^1,3

A campanha Dezembro Laranja nos lembra dos riscos aos quais estamos expostos todos os dias com a exposição à radiação solar. Apesar de ser o tipo de câncer mais incidente, o câncer de pele também é um dos que sofre maior impacto das medidas preventivas. Por isso fica aqui nosso lembrete: use filtro solar! E também busque suas alternativas de reforço, seja através da alimentação ou da suplementação, várias são as opções que nos ajudam a prevenir o câncer de pele e o fotoenvelhecimento.
 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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