Qual o papel da Vitamina D na nossa saúde?
Publicado em 18 de maio de 2021.
Com a proximidade do inverno, os dias tornam-se cada vez mais curtos e, consequentemente, as pessoas começam a modificar gradualmente seus hábitos alimentares, sua rotina, as roupas que utilizam e até mesmo a frequência que se expõem à luz solar. A baixa exposição à luz solar, por sua vez, reduz a produção de vitamina D, o que pode favorecer o aumento da incidência de alergias e resfriados, agravar a manifestação de dores articulares e musculares, além de aumentar o risco de fraturas ósseas.
A vitamina D (colecalciferol) é um micronutriente fundamental para o funcionamento adequado do organismo humano. Conhecido também como um “pró-hormônio”, o colecalciferol é formado na pele a partir da incidência de radiação ultravioleta (UVB, proveniente da luz solar), que promove a conversão de uma molécula precursora do colesterol – o 7-deidrocolesterol. Embora a maior parte da vitamina D necessária para o funcionamento adequado do organismo humano seja sintetizada endogenamente, uma pequena quantidade de colecalciferol também é proveniente da dieta e obtida através do consumo de alimentos de origem animal, principalmente carnes, leites e peixes (como salmão e atum).
Uma vez na corrente sanguínea, o colecalciferol é novamente metabolizado, processo que ocorre em diversos tecidos e órgãos (principalmente nos rins) cujas células apresentem em seu citoplasma a enzima 1-α-hidroxilase, responsável pela formação do calcitriol – forma biologicamente ativa da vitamina D. O calcitriol, por sua vez, promove diferentes efeitos no organismo humano, resultando em benefícios aos sistemas imunológico e cardiovascular, ao sistema nervoso central (SNC) e ao metabolismo energético celular, além de regular o metabolismo do cálcio, aumentando a densidade mineral e a saúde do tecido ósseo. 1–3
Embora a vitamina D seja sintetizada em nosso organismo, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) vem alertando sobre a alta incidência de deficiência de vitamina D (hipovitaminose D) e de doenças ósseas na população brasileira, sendo a osteoporose classificada como um problema de saúde pública. Neste contexto, a baixa exposição à luz solar, a deficiência nutricional e a falha na conversão da vitamina D na pele podem resultar, dentre outras alterações, na redução da absorção e da biodisponibilidade de cálcio e fósforo – minerais que atuam em diferentes funções vitais do nosso organismo. Como consequência, a redução dos níveis plasmáticos destes minerais estimula o processo de desmineralização óssea (realizado por células do tecido ósseo, os osteoclastos), com o intuito de reestabelecer os níveis circulantes de cálcio, acarretando na redução da densidade mineral óssea e no desenvolvimento de osteoporose. 4
A exposição moderada e frequente à luz solar favorece a síntese de vitamina D na pele, melhorando, dentre outros parâmetros, a saúde do tecido ósseo.
Nesse contexto, levando em consideração a importância da vitamina D sobre o metabolismo do cálcio, inúmeros trabalhos vêm investigando a eficácia da suplementação com colecalciferol na redução dos riscos de fratura óssea. Recentemente, foram divulgados resultados de uma metanálise que avaliou 10 diferentes estudos clínicos, os quais demonstraram o efeito da suplementação com colecalciferol e cálcio sobre os riscos de fratura óssea de cerca de 70 mil indivíduos com mais de 50 anos de idade e diagnosticados com osteoporose e hipovitaminose D. Foi observado que a suplementação diária com colecalciferol e cálcio (doses a partir de 800 UI e 1000 a 1200 mg, respectivamente), por um período de 3 anos, garantiu a manutenção de níveis adequados destes nutrientes no organismo, além de melhorar a densidade mineral óssea e reduzir a fragilidade e o índice de fraturas nestes indivíduos. Ainda, estes estudos demonstraram que a suplementação diária com colecalciferol aumentou os níveis plasmáticos de paratormônio – um hormônio produzido pelas glândulas paratireoides, responsável por controlar os níveis circulantes de cálcio e fósforo. Desta forma, a suplementação com colecalciferol auxiliou no tratamento da osteoporose e reduziu o risco de outras complicações ósseas. O estudo completo pode ser acessado através deste link.
A SBEM também alerta que, além da osteoporose, a hipovitaminose D pode prejudicar o funcionamento do sistema imunológico e, com isso, aumentar a predisposição a inúmeras doenças. Estudos vêm demonstrando, por exemplo, que a deficiência de vitamina D apresenta uma relação direta com o desenvolvimento de doenças autoimunes, como diabetes mellitus, esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal, lúpus, encefalite autoimune e artrite reumatoide. Além disso, em gestantes, a hipovitaminose D pode estar associada ao desenvolvimento de diabetes mellitus gestacional, infecções bacterianas, pré-eclâmpsia, baixo peso do recém-nascido, além de possíveis efeitos tardios, como o comprometimento do tecido ósseo nas crianças em idade escolar. 4,5
Assim, o hábito de se expor à luz solar por um período de 20 minutos ao dia e sem o uso de protetor solar é fundamental para a manutenção dos níveis adequados de vitamina D no organismo, optando sempre que possível pelos horários em que ocorre baixa incidência de raios UVB – antes das 10h da manhã e após as 17h – a fim de prevenir danos cutâneos e o risco de desenvolvimento de câncer de pele. Adicionalmente, a suplementação de vitamina D é requerida em indivíduos que apresentam baixa exposição à luz solar, deficiência nutricional, falha no metabolismo desta vitamina, assim como em indivíduos classificados como grupo de risco pela SBEM, incluindo idosos (acima de 65 anos), gestantes e lactantes, vegetarianos, indivíduos com fraturas e quedas frequentes, pós-cirurgia bariátrica, doenças osteometabólicas. Ainda, este grupo contempla indivíduos diagnosticados com sarcopenia, diabetes mellitus tipo 1, doença renal crônica, insuficiência hepática, anorexia nervosa, síndrome da má absorção, câncer e para aqueles que fazem uso de fármacos que interferem no metabolismo da vitamina D. 6
Grupo de riscos associados à deficiência de Vitamina D
As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.
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