Publicado em 15 de janeiro de 2024.

O urucum, conhecido por sua vibrante coloração avermelhada, não apenas empresta cor à culinária, mas também traz consigo uma série de benefícios à saúde. Rico em compostos bioativos, como os tocotrienóis e o geranilgeraniol, o urucum tem despertado cada vez mais interesse na comunidade científica.

Urucum: o que o torna especial?

O urucum é o fruto de uma árvore nativa da floresta amazônica, utilizado por povos indígenas para pintura corporal. Urucum significa “vermelho” (uru’ku) em tupi, mas ele também pode ser chamado de annatto, rocou ou achiote, dependendo da região. O fruto em si possui um formato de cápsula com espinhos flexíveis e, quando se abre, expõe suas sementes triangulares. Sua coloração vermelha intensa é devida à alta concentração do pigmento chamado de bixina, que também o tornou popular como corante alimentício.

Os tocotrienóis são isoformas da vitamina E presentes em grande quantidade no urucum (principalmente gama e delta-tocotrienol), e apresentam propriedades antioxidantes mais potentes do que seus equivalentes, os tocoferóis. Esses antioxidantes ajudam a combater o estresse oxidativo no corpo, protegendo as células dos danos causados pelos radicais livres (se quiser se aprofundar, clique aqui). ^1,2

Além disso, os tocotrienóis podem desempenhar um papel importante na saúde cardiovascular, na modulação do colesterol e até mesmo na proteção contra algumas formas de câncer. Ainda, pesquisas demonstram os efeitos dos tocotrienóis na neuroproteção, na saúde óssea e na saúde da pele. ^3–11

Outro componente notável do urucum é o geranilgeraniol, um composto isoprenoide que participa de vias de sinalização celular muito importantes (como a via do mevalonato). Este composto é precursor de outras moléculas no organismo humano, como hormônios (incluindo testosterona e progesterona), coenzima Q10 e vitamina K2. Pesquisas indicam que o geranilgeraniol pode exercer efeitos anti-inflamatórios, além de regular a função mitocondrial e hormonal. Assim, parece estar envolvido em mecanismos importantes para a promoção da saúde muscular, óssea e cardiovascular, além de ter potencial antitumoral. Ainda, devido a inibição da via do mevalonato pelo tratamento farmacológico com estatinas, a suplementação com geranilgeraniol também pode ser indicada como forma de amenizar os efeitos adversos desse tratamento. ^12–17

Além disso, o urucum é fonte de outros nutrientes interessantes, como os carotenoides, incluindo a bixina e o betacaroteno (que é precursor da vitamina A), importantes para a saúde ocular e a função imunológica. A vitamina C também pode ser encontrada, reforçando o time das moléculas antioxidantes. ¹⁸

Incorporar o urucum à dieta, como tempero, pode ser uma estratégia saborosa e nutritiva para aproveitar seus benefícios à saúde. No entanto, consumi-lo em concentrações ideais pode ser um desafio para muitas pessoas. Nesse sentido, a suplementação com seu extrato ou com os nutracêuticos extraídos dele pode ser uma estratégia bastante interessante. No entanto, é importante tomar alguns cuidados ao adquirir esse tipo de suplemento, certificando-se de escolher opções que utilizem matérias-primas de alta qualidade.

O urucum, com seus tocotrienóis e geranilgeraniol, transcende a mera estética culinária. Ele se apresenta como um tesouro amazônico, conferindo não só uma opção para colorir nossos pratos, mas também nutrir nosso corpo, oferecendo diversos benefícios à saúde e a longevidade. E com as opções de ativos disponíveis atualmente para a manipulação, torna-se ainda mais fácil torná-lo parte do nosso dia a dia. É o poder da Amazônia na palma de nossas mãos, e viva o urucum!