Você conhece a relação entre a vitamina D e a osteoporose?
Publicado em 31 de janeiro de 2022.
A osteoporose é uma doença silenciosa e que evolui lentamente, tornando os ossos porosos e suscetíveis a fraturas. Tal condição clínica ocorre quando há um desequilíbrio entre a reabsorção e a formação de novas células do tecido ósseo, acometendo um em cada cinco homens, e uma em cada três mulheres acima dos 50 anos. A osteoporose tem um grande impacto social e econômico, visto que acomete milhões de pessoas no mundo todo, sendo estimado um custo anual de R$ 1,2 bilhões no Brasil. Mas afinal, como essa doença se desenvolve e o que a famosa vitamina D tem a ver com isso? 1,2
Fatores de risco para osteoporose
Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose é ser do sexo feminino, principalmente após a menopausa – já que nesta fase a mulher perde a proteção conferida pelos níveis elevados de hormônios estrogênicos. Adicionalmente, o histórico familiar é considerado um importante fator de risco para a osteoporose, predispondo o indivíduo ao desenvolvimento dessa condição clínica, uma vez que existem fatores genéticos envolvidos na regulação do desenvolvimento e manutenção do tecido ósseo. 2,3
A idade avançada, origem caucasiana ou asiática, histórico de fraturas prévias, tabagismo, etilismo, sedentarismo e alguns tratamentos crônicos (como os com corticoides) também são fatores relacionados a um maior risco de osteoporose. Ainda, o biotipo também pode ser considerado um fator de risco, uma vez que pessoas muito magras tendem a ter ossos menos mineralizados. 2,4
Principais fatores associados ao aumento de risco do desenvolvimento da osteoporose. Adaptado de www.shutterstock.com, 2022.
Diagnóstico da osteoporose
A osteoporose é uma doença silenciosa e assintomática na maioria dos casos. Muitas vezes o indivíduo só descobre que tem osteoporose quando sofre algum trauma que leva à fratura óssea. Inicialmente, exames de radiografia podem indicar a presença de um quadro de osteoporose, no entanto, o diagnóstico só é confirmado através da densitometria óssea. Este tipo de exame é capaz de avaliar a porosidade dos ossos e permite calcular o risco de fraturas. Uma vez que o diagnóstico é confirmado, o tratamento pode ser determinado de acordo com cada caso clínico, podendo incluir o uso de medicamentos e a suplementação com cálcio e vitamina D. 2,5
Mas como os ossos vão tornando-se mais porosos?
Na verdade, ao contrário do que muitos pensam, o osso é um tecido dinâmico. Sua estrutura é composta por diferentes tipos de células, e o balanço entre elas é o que compõe a estrutura óssea. As três principais células responsáveis pela manutenção da função deste tecido são os osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. 6
Osteoblastos são células jovens com intensa atividade metabólica, responsáveis pela produção e mineralização da matriz óssea – matriz extracelular composta por colágeno tipo 1, glicoproteínas, proteoglicanas e fosfato de cálcio.
Os osteócitos são células que ficam localizadas em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea, tendo um papel fundamental na manutenção de sua integridade. Estas células emitem prolongamentos citoplasmáticos que passam pelos canalículos da matriz, estendendo-se até os prolongamentos de outros osteócitos – formando uma complexa rede de comunicação (também chamadas de junções comunicantes), que permite o compartilhamento de íons e nutrientes. Desta forma, os osteócitos contribuem para manter viva a matriz extracelular, sendo indispensáveis para a manutenção da saúde óssea.
Já os osteoclastos são células grandes e multinucleadas, provenientes da fusão de células do sistema fagocitário mononuclear. Essas são as principais responsáveis pela reabsorção da matriz óssea e, consequentemente, desempenham um papel importante na remodelação do tecido ósseo.
Quando o processo de reabsorção óssea (mediada pelos osteoclastos) acontece em uma taxa maior do que a formação de novas matrizes (mediada pelos osteoblastos), ocorre a perda do tecido ou densidade óssea – gerando lacunas (ou poros) cada vez maiores e aumentando a fragilidade dos ossos. Como consequência, traumas leves podem gerar fraturas importantes, além de exigirem maior cuidado na recuperação. 6
Células que compõem e realizam a manutenção do tecido ósseo. Adaptado de www.shutterstock.com, 2022.
O papel da vitamina D na saúde óssea
A vitamina D é bastante conhecida como a vitamina do sol, visto que é produzida endogenamente a partir da exposição solar. Esta vitamina é fundamental para o funcionamento do organismo humano, contribuindo para a melhora da imunidade e de processos inflamatórios, bem como para a manutenção da saúde cardiovascular, óssea e do sistema nervoso central. Mas qual é o papel da vitamina D no tecido ósseo?
Dentre as principais funções da vitamina D no organismo, destaca-se a regulação das concentrações de cálcio e fósforo intracelular. Estes minerais ficam depositados nos ossos, constituindo a matéria rígida (parte inorgânica da matriz óssea) que auxilia na sustentação do corpo. 7
Em particular, o cálcio é importante não só para a constituição óssea, mas também é vital no processo de contração muscular e funcionamento do sistema nervoso. Por atuarem como um grande reservatório de cálcio, os ossos podem mobilizar este mineral para outros órgãos e tecidos (como o tecido muscular e o cérebro) através da reabsorção óssea mediada pelos osteoclastos e realizada, principalmente, quando há uma deficiência do aporte de cálcio no organismo. Este processo torna os ossos mais porosos e frágeis, aumentando os riscos de eventuais fraturas. 7,8
Ao aumentar a absorção intestinal e reduzir a eliminação renal de cálcio e fósforo no organismo, a vitamina D contribui para a manutenção dos níveis destes minerais na corrente sanguínea, garantindo o aporte necessário para os ossos, bem como para demais tecidos. Ainda, a vitamina D aumenta a captação e o transporte de cálcio e fósforo pelas células do tecido ósseo, modulando o metabolismo osteomineral e contribuindo para a melhora da densidade óssea. 9–12
Papel da vitamina D na manutenção da saúde óssea. Adaptado de www.shutterstock.com, 2022.
Formas de obtenção da vitamina D
A vitamina D pode ser obtida de duas formas:
- através da dieta, a partir do consumo de alimentos como carnes, leites e peixes (em especial salmão e atum);
- e endogenamente, a partir da molécula chamada 7‐deidrocolesterol, que se encontra na pele e é convertida a colecalciferol (ou pré-vitamina D) após exposição à radiação solar, sendo posteriormente convertida a forma ativa da vitamina D (calcitriol).
Para que a produção endógena ocorra, é recomentado a exposição solar diária de aproximadamente 15 minutos em pessoas de pele clara, e cerca de 35 minutos em pessoas de pele negra – sem o uso de protetor solar e com os raios incidindo diretamente sobre a pele, evitando-se o horário próximo às 12 horas. 13
Contudo, a produção endógena nem sempre é suficiente para garantir os níveis adequados de vitamina D, uma vez que grande parte da população não se expõe frequentemente ao sol. Neste sentido, a suplementação pela via oral por meio de cápsulas ou gotas oleosas é uma alternativa interessante a fim de garantir os níveis deste importante composto! Mas você sabe quais são os níveis adequados de vitamina D para manter a saúde do organismo?
Níveis de Vitamina D
Os níveis de vitamina D no sangue podem sofrer algumas alterações ao longo da vida do indivíduo. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), de maneira geral, é considerada desejável uma concentração maior que 20 ng/ml de vitamina D no sangue. Níveis entre 10 e 20 ng/ml são considerados insuficientes, e abaixo de 10 ng/ml configura deficiência desta vitamina. 14
Indivíduos que pertencem a algum grupo de risco com maior predisposição a fraturas ósseas demandam maior atenção. Idosos, gestantes, indivíduos diagnosticados com osteomalácia, raquitismo, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias, doenças autoimunes e doença renal crônica ou pré-bariátricos, possuem valores de referência especiais. Neste grupo é desejável manter os níveis de vitamina D entre 30 e 60 ng/ml. 14
É importante lembrar que aqui também vale aquele ditado “tudo em excesso faz mal”. Concentrações acima de 100 ng/ml também exigem cuidado, uma vez que favorecem a calcemia – condição caracterizada pela concentração elevada de cálcio no sangue, com consequente intoxicação. 14
Portanto, da próxima vez que você pensar na saúde óssea, não esqueça que além do cálcio, a vitamina D também desempenha um papel muito importante neste contexto!
As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.
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