Alergias sazonais: como lidar com as mudanças das estações?
Publicado em 17 de setembro de 2024.
Cada estação do ano apresenta características específicas e trazem mudanças significativas no clima, temperatura e outros fenômenos da natureza, essas variações podem impactar diretamente nossa saúde e desencadear reações alérgicas. As rinites alérgicas por exemplo podem ser sazonais, ou seja, apresentam um padrão de crises alinhadas com a estação do ano. Assim como alergias oculares e condições cutâneas, como a dermatite atópica, que também podem ser exacerbadas em determinadas estações. Entender a particularidades de cada uma das estações é essencial para prevenir e tratar os sintomas das alergias sazonais. 1-5
Cada estação apresenta características específicas que podem desencadear reações alérgicas. Adaptado de Adobestock.com, 2024.
Primavera
A primavera é a estação das flores, marcada pelo florescimento de plantas e o aumento da quantidade de pólen no ar. Esse é o período mais desafiador para quem sofre de rinite alérgica, conjuntivite alérgica e asma. A liberação de pólen pelas plantas, especialmente por árvores, como carvalho, zimbro e oliveira, é o principal desencadeador de alergias nessa época. Os sintomas mais comuns incluem espirros, coriza, coceira nos olhos e garganta, e dificuldade para respirar. 1-5
Verão
O verão é caracterizado por temperaturas elevadas e alta umidade, criando um ambiente propício para o crescimento de fungos e ácaros. Além disso, o aumento da poluição atmosférica devido ao calor intenso pode agravar os sintomas alérgicos, especialmente em áreas urbanas. Para pessoas sensíveis, essa estação pode intensificar problemas respiratórios e cutâneos, como dermatites e urticárias, além de exacerbar a asma e outras condições respiratórias. No verão é muito comum crises de rinite alérgica cujo gatilho é o pólen de gramíneas e ervas daninhas como cardo russo e tanchagem inglesa. 1-5
Outono
O outono é uma estação de transição, com temperaturas mais amenas e queda das folhas das árvores. O acúmulo de folhas no solo, combinado com a umidade, cria um ambiente ideal para a proliferação de fungos e mofo, que são fortes desencadeadores de alergias. Embora seja uma estação de alívio para alguns, o pólen ainda pode ser significativo em certas regiões, um dos gatilhos mais comuns é uma erva daninha, conhecida como ambrósia, prolongando os sintomas típicos da primavera. Além disso, a variação de temperatura e a baixa umidade relativa do ar podem irritar a mucosa nasal, tornando-a mais suscetível à inflamação. Os principais sintomas incluem congestão nasal, coceira nos olhos e irritação na garganta. 1-5
Inverno
O inverno é caracterizado por temperaturas baixas e ar seco, o que pode provocar o ressecamento das vias respiratórias e aumentar a sensibilidade a alérgenos como ácaros e poeira doméstica. Além disso, a maior permanência em ambientes fechados e pouco ventilados, comuns nessa época, favorecem a concentração desses alérgenos e aumentam a exposição a alérgenos internos, como poeira, acaro, mofo e pelos de animais. As alergias respiratórias, como a rinite e a sinusite, tendem a piorar, com sintomas como nariz entupido, espirros frequentes e dores de cabeça. O frio também pode exacerbar condições como a dermatite atópica, devido ao ressecamento da pele. 1-5
Como nosso corpo responde aos alérgenos?
As reações alérgicas são desencadeadas por substâncias presentes no ar, como pólen, ou poeira, e ocorrem porque nosso sistema imunológico reage de maneira exagerada a essas partículas inofensivas, tratando-as como invasores. Quando uma substância estranha entra em contato com o organismo, é fagocitada e processada pelas células apresentadoras de antígeno. As células apresentadoras de antígenos fagocitam o alérgeno e o processam, exibindo suas partes na superfície por meio do complexo de histocompatibilidade (HLA) classe II. Esse complexo se liga aos linfócitos T CD4+, que ativam as células T helper do tipo 2 (Th2). As células T helper 2 liberam citocinas como IL-4 e IL-13, que estimulam os linfócitos B a produzirem anticorpos do tipo IgE, específicos para o alérgeno. Esses anticorpos IgE se ligam à superfície de mastócitos e basófilos, preparando o corpo para futuras exposições. Quando o corpo é novamente exposto ao mesmo alérgeno, ele é rapidamente reconhecido pelos anticorpos IgE ligados aos mastócitos e basófilos. Isso desencadeia a degranulação dessas células, que liberam mediadores inflamatórios, como histamina, prostaglandinas e leucotrienos. Os mediadores inflamatórios causam os sintomas típicos da alergia. A histamina, por exemplo, provoca dilatação dos vasos sanguíneos, aumento da permeabilidade capilar (levando ao inchaço), coceira e aumento da produção de muco. Dependendo da via de entrada do alérgeno e da resposta inflamatória, os sintomas podem variar de espirros e coriza a urticária e problemas respiratórios. Essa reação imunológica exagerada pode variar de leve a grave, dependendo da sensibilidade da pessoa e da quantidade de alérgeno em contato com o organismo. 1-5
Como lidar com as mudanças das estações?
A melhor maneira de lidar com as alergias sazonais é adotar medidas preventivas. Cuidados com a limpeza da casa e garantir que esteja bem ventilada, evita o acúmulo de poeira e alérgenos. Além disso, é importante manter as vias aéreas bem hidratadas, o que pode ser feito com o uso de umidificadores de ambiente e lavagens nasais. As contagens de pólen são mais altas ao amanhecer e no início da manhã, por isso ao realizar atividades ao ar livre, esteja atento a essa questão.
Adicionalmente, seguir uma dieta equilibrada e rica em nutrientes com efeitos antioxidante e inflamatório aumenta a resposta imune do organismo. A utilização de suplementos – como quercetina, astragalus membranaceus, beta glucana, cinnamon bark e cúrcuma – também ajuda a fortalecer o sistema imune e reduzir a incidência e os sintomas das doenças respiratórias. 6-11
Ainda, o equilíbrio da composição da microbiota intestinal tem um impacto significativo sobre a resposta imune. A suplementação com probióticos pode aumentar a tolerância do corpo aos alérgenos ambientais, tornando-o menos reativo a substâncias desencadeadoras de alergias, como pólen, ácaros e pelos de animais. Ao fortalecer o sistema imunológico e reduzir a inflamação nasal, os probióticos podem ajudar a diminuir a frequência e a gravidade dos episódios de rinite alérgica, proporcionando alívio dos sintomas e melhor qualidade de vida para os indivíduos. As opções disponíveis para a manipulação que já reúnem boas evidências no manejo da rinite alérgica são Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus paracasei, Lactobacillus casei, Lactobacillus rhamnosus, Bifidobacterium longum, Lactobacillus johnsonii e Lactobacillus gasseri. 12-13
Todas essas medidas contribuem para uma adaptação mais rápida do organismo frente às mudanças provenientes de cada uma das estações e desempenham um papel importante na prevenção de reações alérgicas. Ao promover o bem-estar e a saúde, essas práticas permitem aproveitar todas as estações de uma forma mais confortável e segura. Apesar disso, o tratamento farmacológico – que deve ser seguido conforme orientação médica – continue sendo a base para o tratamento. Por isso, em caso de dúvidas procure a orientação de um profissional de saúde habilitado.
As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.
Prescritores e farmacêuticos que desejarem obter mais informações sobre os nossos insumos podem entrar em contato com o nosso SAC por meio do e-mail sac.active@caldic.com ou pelo 0800 001 1313.
Será um prazer atendê-los!
Gostou do conteúdo?
Siga nosso Instagram e acompanhe outros assuntos: @caldicmagistral.br